quarta-feira, 3 de setembro de 2008

PFN Entrevista: Daniel Miura

Para mais uma entrevista, marcamos uma reunião com o Head Coach do time sensação de 2008, o Silver Bullets. Daniel Miura, ex-jogador dos Tubarões e também do Chuva de Prata, nos concedeu a seguinte entrevista em sua elegante cobertura duplex no Bairro da Liberdade.
O PFN aproveita para agradecer aqui a assessoria de imprensa do Bullets, que conseguiu o agendamento desta entrevista após quase 4 meses de muita insistência.



1. Quais as razões que lhe fizeram abandonar a carreira de jogador e abraçar a posição de HC do Silver Bullets? Procede a informação de que a idade pesou na decisão?



Miura: A idade não foi o fator determinante, mas pesou sim. O que mais pegou foi a condição do meu joelho direito, que me deixava praticamente dois dias sem conseguir andar direito depois de qualquer movimentação mais forte. Mas entre ser um jogador mediano e ter a chance de ser um bom treinador, prefiro a segunda opção.




2. Do que você mais sente saudades de sua época como jogador, tanto na era de ouro do Sharks como mais recentemente no SB?


Miura: O que mais sinto saudade da minha época de jogador é do rachão. Quando organizávamos times na hora e jogávamos praticamente o dia inteiro lá no Ibirapuera. Trata-se de uma época que certamente não voltará mais, até por conta da competitividade e do crescimento do esporte.




3. O que você apontaria como a principal razão do crescimento do Silver Bullets em 2008, com relação ao campeonato de 2007?



Miura: A maior organização das táticas, o entendimento de que cada atleta tem seu valor para o sucesso e o fato das pessoas entenderem que um grupo que pensa individualmente não chega a lugar algum. O fato de termos procurado atletas para as posições mais carentes foi outro ponto importante, mas nada se compara à mudança de filosofia, onde o respeito vem acima de tudo.




4. Como novo HC da equipe, quais as principais mudanças que você implementou?



Miura: Muitos acham que a principal mudança passa pelo aspecto tático da equipe. É claro que isso foi um dos pontos abordados, já que a base da equipe é praticamente a mesma do ano passado e agora jogamos de um jeito muito mais competente. O segredo está numa fórmula muito simples: trabalho + talento = sucesso. Nessa ordem exata. A idéia não é minha e sim do Bernardinho, na minha opinião o maior treinador da história do esporte nacional. Ela significa, na prática, que para se ter sucesso não basta talento, é preciso trabalhar muito. Assim como não basta trabalhar se você não tiver talento. No SB nós repetimos formações, jogadas e estratégias à exaustão, até que cada atleta seja capaz de memorizar um playbook com mais de sete formações, uma árvore com pelo menos 35 rotas e uma variação que pode ultrapassar as 250 jogadas.




5. A participação do Esprício na comissão técnica é eficaz do ponto de vista prático, ou ele realmente tem a função de ser uma espécie de chaveirinho da sorte para os jogadores?



Miura: Adorei o termo chaveirinho. Cabe muito bem para ele. Vou pedir para o pessoal começar a passar a mão na careca dele antes de entrar em campo. Brincadeiras à parte, o papel do Esprício e do Jaga – que também faz parte da comissão técnica do SB – é participar da construção das táticas e estratégias, mas principalmente lembrar a todos da nossa filosofia. Eles cobram, xingam, gritam com todo mundo para que estejamos sempre alertas.




6. Qual a importância da turnê em Fort Laudardale para o crescimento do time? Como você conseguiu as novas contratações?



Miura: A turnê foi essencial. Não só porque lá pudemos encontrar e “importar” três atletas essenciais ao roster, mas principalmente porque pudemos mostrar ao grupo de atletas que o Silver Bullets pode sim ser um time vencedor. Foi meio uma quebra de paradigma. Só não ganhamos o torneio porque além de termos feito três partidas seguidas antes da final, fomos claramente prejudicados pela arbitragem do último jogo. Não foi necessário um grande esforço para convencer os reforços, nosso desempenho em campo mostrou praticamente “tudo”.




7. Uma denúncia sobre imigração ilegal junto a Polícia Federal acarretaria algum prejuízo a equipe?



Miura: Boa!...rs... Mas a denúncia não acarretaria em nada, já que todos os estrangeiros do time tem situação legal dentro do país.




8. Muitos torcedores que acompanham o esporte entendem que o crescimento do SB se deve ao fato da dispensa de algumas "laranjas podres" do elenco. Qual sua participação nisso?




Miura: Não expulsamos ninguém. Apenas mudamos a filosofia e o modo de trabalhar. As tais “laranjas podres” se excluíram naturalmente. Mas acho o termo pesado. Respeitamos muito cada um dos atletas que passou pelo time. Todos eles contribuíram para o que somos hoje.




9. Existe algum projeto para começar a jogar a modalidade de tackle no SB? Algum plano de fusão com outras equipes?




Miura: Temos um plano fechado desde o ano passado sobre o tackle. A idéia é montar um time paralelo, que se dedique à categoria. Atualmente não temos nenhum projeto de fusão com outras equipes, mas propostas podem sim ser avaliadas. A idéia do SB é dominar flag e tackle e se transformar na maior dinastia do esporte depois do Sharks de 2002-2005, do qual tive o prazer de fazer parte como jogador.




10. Quais as dificuldades de conciliar a função de HC do Bullets, Presidente da LPFA, jornalista, esposo e pai de família?



Miura: São enormes. Admito que às vezes acabo não dando a atenção que deveria para uma das coisas, mas não tem como não agradecer minha esposa e meu filho pela paciência que eles têm, já que eles aturam muita coisa para que eu possa me dedicar à atividade que eu mais gosto: o futebol americano. Queria sinceramente ter mais tempo para a Liga, para o time, mas infelizmente o esporte ainda não paga minhas contas. Mas quem sabe um dia...



11. Como você enxerga o esporte daqui 5 e 10 anos?



Miura: Espero que ele seja uma realidade. É difícil colocar uma meta, já que há dois anos atrás nenhum louco poderia imaginar que estivéssemos onde estamos. Acredito que o objetivo é chegar à organização ao ponto de acabarmos com os problemas como falta de estrutura, campo, arbitragem e outros pontos que ainda atrapalham nosso crescimento hoje em dia.




12. Você apoia o movimento do "churrasco free" na LPFA?




Miura: Muito bom você ter tocado nesse assunto. Sou totalmente a favor do churrasco, mas sou ainda mais a favor da organização e da limpeza. O churrasco não foi banido. Tudo que a Liga quer é que o mesmo seja feito nas áreas pré-determinadas para tal e sideline e campo com certeza não é o lugar. Se for para fazer, que faça onde se deve. Eu mesmo participarei com o maior prazer!

Miura: Como foto estou mandando a foto do meu time, o Silver Bullets. Ela expressa bem o sentimento de que sem eles, não adiantaria eu ser o melhor treinador do mundo...
Eles são a parte mais importante do sucesso!

4 comentários:

Unknown disse...

Gordo miserável, baniu a maior diversão do FA...

CHURRASCO JÁ!!!!!

Cadu Martins disse...

Miura,
apesar de safado, parabéns pelo time. Mas principalmente, por mostrarem que o flag pode ser vitorioso sendo jogado limpamente. apesar de termos tido um jogo bem duro, foi muito leal, mesmo com algumas pequenas contusões de ambas as partes. Parabéns aí!!!
abs, Pizza #7 Devilz

Daniel Miura disse...

É nóis Pizza!...hehehe
O importante sempre é mostrar respeito pelo adversário e que o jogo bem jogado deve sempre prevalecer.
Frassa, gordo maldito é você! :o)

Lucas Siviero disse...

O Miura era muito, mas muuuuuuito mais legal quando era um mero jogador!