O início da era moderna da LPFA

Após a elogiada matéria que explicou um pouco aos amantes do esporte o que foi a Fase Jurássica da LPFA, vamos tentar explicar, em poucas palavras, como ocorreu a transição para a atual era moderna do Flag.

A Fase Jurássica teve seu início com a fundação da Liga, em março de 2002 e sua morte na grande final de 2006 que envolveu o time do Diadema SteamRollers e Metropolitan Locomotives.

E por que isso ocorreu com esse jogo específico? Porque no campeonato de 2006?

A transição começa com a fundação do Locomotives por Paulo “Sujeira” Munuera, e mais alguns jogadores, com uma nova proposta para o esporte. Seriedade, organização, treinos, treinos e mais treinos. O Locomotives entrou para ganhar e apenas ganhar, sem a fanfarra e o descomprometimento dos times existentes até o momento.

Com essa mentalidade, conseguiram formar um grande elenco, tanto no aspecto numero como também nos talentos que apareceram.

Com essa proposta, conseguiram bater nas semi-finais de 2006 o até então favorito ao título Silver Bullets. Da mesma forma, o novato e organizado time do SteamRollers bateu o grande penta-campeão SP Sharks. Com isso, chegaram a uma final inédita para ambos os times.

O título do Locomotives em 2006, com enorme divulgação de mídia, foi a consagração deste projeto, e gerou uma enorme mudança no comportamento geral dos times antigos e novatos que surgiram no imenso TI de 2007, com a participação de 16 times.

Como dito na matéria anterior, os times da época jurássica da Liga dependiam exclusivamente de seus talentos individuais para ganhar os jogos, com Gibelli e Quesada No Sharks, Vidiz e Dorf no Devilz, Salles e Raphael no AFW e alguns outros. Até então todos se revezavam entre ataque e defesa, com não mais de 15 jogadores por equipe na modalidade 7x7.

No poente de 2006, pela primeira vez na extinta Liga Flag, um time apresentou padrão tático de jogo, jogadores especialistas em suas funções, com time de ataque, defesa e especialistas. A equipe conseguiu levantar o caneco com base no conjunto do time. Além destes fatores, deu origem também ao “flag brucutu”, tornando o jogo muito mais físico do que até aquele momento, com jogadores fortes, diversos pancakes até então raríssimos, e inúmeros diving tackles. Ou seja, um novo estilo de jogo foi trazido ao esporte.

Abaixo, foto dos irmãos sujeira levantando o caneco de 2006.


Com grande divulgação de mídia, e o advento do Orkut, a expansão no final de 2006 e começo de 2007 foi única. 16 novos times manifestaram interesse em participar da LPFA, e desta forma foi criado o 1º Torneio Integração, para selecionar os mais bem qualificados.

E como em qualquer outro esporte, quem entra irá obviamente se espelhar no que há de melhor no momento. E naquele momento, era o atual campeão, o time da Maria Fumaça. E o que havia de especial para ser copiado? Seriedade, organização, treinos, treinos e mais treinos.

Focando nesse novo rumo do esporte, surgiram grandes times, como as Minhocas de Sorocaba que levaram o “flag brucutu” a um nível mais alto ainda, o SP Storm, Spartans e outros. E mesmo os times novatos, porém mais fracos, começaram sua jornada com aplicação de treinos semanais, algo impensável na era jurássica.

Nas equipes antigas, os Demônios e o Chuva de Prata conseguiram se adaptar ao novo estilo de jogo, e ao maior comprometimento do esporte em geral, mantendo-se como equipes competitivas e respeitadas. Os Tubarões se perderam no caminho, apostando nos veteranos em 2007 sem sucesso, e tentando agora, em 2008, uma reciclagem geral, com grande roster, na tentativa de voltar a elite.

Desta forma, a final de 2006 jogada no Spac ficou marcada como a morte da época jurássica do Flag no Estado de São Paulo, e o início da era moderna e atual que conhecemos. Quando será a próxima transição? O esporte voltará para a Praça da Paz ou será disputada em grandes estádios?